Madureira Armorial realiza espetáculo musical e artístico no Castro Mendes

  • 28 de junho de 2023
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O quinteto campineiro Madureira Armorial, grupo de música instrumental que se baseia nas tradições populares do Nordeste brasileiro, comemora 10 anos de carreira e lança seu 3º álbum autoral “Visões de um Brincante no Reino Armorial” com um espetáculo no sábado (08/07), às 20h, no Teatro Municipal “José de Castro Mendes”, em Campinas. No show, de mesmo nome do disco, o quinteto levará o público a participar das brincadeiras provocadas pela sonoridade dos folguedos como maracatu, xote, frevo, baião, cantorias, caboclinhos e cantigas. Haverá também uma lojinha com produtos confeccionados pelos próprios músicos: camisetas, cordéis, xilogravuras, CDs e brinquedos. Os ingressos, com preço acessível, já estão sendo vendidos no site do Teatro.

Madureira Armorial é formado por Gilber Souto Maior (violas dinâmica/caipira, marimbau, bandolim, escaleta, percussão, flauta barroca), Stephen Bolis (violão), Sarah Selles (flautas transversal e barroca), Raoni Peres (violino, viola caipira e sinos) e Ronaldo Lima (percuteria). Ao longo dessa primeira década, o quinteto fez um respeitável trabalho em defesa da cultura musical brasileira, com ênfase nos movimentos musicais nordestinos e seus diversos instrumentos típicos, como o artesanal marimbau, criado por um artesão do Nordeste, que se baseia no berimbau de lata do tocador das feiras nordestinas.

“Para nós, se apresentar em Campinas é um grande prazer, pois temos vínculos muito fortes na cidade, já que todos estudaram suas graduações e pós-graduações aqui (Unicamp) e aqui desenvolvem seus projetos musicais, cercados de familiares e amigos. É uma grande satisfação poder partilhar com a cidade o resultado deste terceiro projeto, com novo visual e enredo”, diz Gilber Souto Maior, fundador, compositor, multi-instrumentista, cordelista e coordenador musical do Madureira Armorial.

 

Madureira Armorial

O nome do grupo é uma homenagem a Antônio José Madureira – maestro, violonista e compositor, natural de Macau (RN), integrante e líder do Quinteto Armorial, vinculado ao Movimento Armorial na década de 1970, que foi idealizado pelo escritor, ensaísta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna, com a ideia de criar uma arte brasileira erudita a partir de elementos da cultura popular nordestina e mostrar ao mundo as mais diversas manifestações artísticas: pinturas, artes plásticas, músicas, literatura, dança, arquitetura, teatro, gravura e cinema.

“Somos fruto dos ideais estéticos deste Movimento. A nossa grande referência musical é a figura de Antônio José Madureira, que foi o marco para o que Suassuna determinaria como estética da música armorial. Um pesquisador nato das mais profundas raízes da música popular do Nordeste que, com o passar dos anos, se tornou nosso amigo e mentor. Ele é homenageado também neste novo trabalho”, ressalta o violonista Stephen Bolis.

 

Clara Belchior

 

“Visões de um Brincante no Reino Armorial”

E por falar de “Visões de um Brincante no Reino Armorial”, tanto o álbum quanto o show vem com um novo fôlego e se conecta à exposição “Movimento Armorial 50 Anos”, que tem rodado o país neste ano em comemoração à iniciativa de Suassuna e ao legado que deixou para a cultura brasileira.

O novo álbum retrata então as influências do Movimento Armorial através de três braços da cultura popular: o cordel, o teatro e a música, que também integram o espetáculo em Campinas. E traz oito faixas autorais: “Brincante” (Gilber Souto Maior), “Cordel” (Stephen Bolis), “Fervendo” (Stephen Bolis), “Xote em Campina Grande” (Gilber Souto Maior), “Zoca” (Gilber Souto Maior), “Macau” (Gilber Souto Maior), “Canto do Sertão” (Stephen Bolis) e “Caboclos de Nação” (Gilber Souto Maior).

O repertório do show passeia ainda por toda a obra instrumental autoral do quinteto nestes 10 anos de estrada, como o compacto “Rebatida” (2020) e os dois medleys que remetem ao primeiro disco “Um Homem Vestido de Sol” (2015). O público será convidado a participar das brincadeiras provocadas pela sonoridade dos folguedos como maracatu, xote, frevo, baião, cantorias, caboclinhos e cantigas.

 

Detalhes do show

A apresentação começa com a projeção de um minidocumentário sobre os 10 anos do Madureira Armorial. O vídeo foi gravado nas dependências do Conservatório “Carlos Gomes”, em Campinas, referência na cidade com 95 anos de história, local onde o grupo se encontrou e firmou o compromisso com a propagação da cultura brasileira.

O enredo do show, que intercala músicas instrumentais e narração, é a estória de um brincante (folião) que acorda em seu sonho e se encontra com um ancião que o leva para uma viagem fantástica por alguns estados do Nordeste, onde ele é transportado de maneira mágica e, num piscar de olhos, cruza as fronteiras entre Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Nesta viagem, o ancião apresenta ao brincante e ao público algumas facetas da cultura popular, e o diálogo se dá em forma de versos. O passeio também percorre a cidade natal de Antônio José Madureira e fala da sua importância dentro do Movimento Armorial.

 

 

“A ideia é que cada pessoa da plateia tenha a oportunidade de criar o seu próprio cenário, enquanto ouve o diálogo gravado pelo ancião e o brincante, ou seja, a encenação fica a cargo da imaginação do público, já que nos blackouts entre as músicas surge a voz do ancião, dando um ar de ‘contação de história’”, diz o músico paraibano Gilber, que há 12 anos adotou Campinas como sua cidade.

Vale destacar que o ator, diretor e dramaturgo paulistano Dirceu de Carvalho dá “vida” ao brincante e a narração do ancião foi gravada diretamente da Paraíba pelo poeta repentista Asa Branca do Ceará, hoje com mais de 80 anos, ícone na cantoria popular, escritor de cordel e figura presente na história da tradição oral nordestina.

O espetáculo “Visões de um Brincante no Reino Armorial” é um projeto de utilização do Teatro Municipal “José de Castro Mendes”, viabilizado por Chamada Pública, promovida pela Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Lojinha no teatro

Antes e após o espetáculo, o público poderá prestigiar a lojinha que vai comercializar produtos do grupo, alguns confeccionados pelos próprios músicos, como camisetas, cordéis, xilogravuras, CDs e brinquedos, todos com preços populares.

Estará à venda o CD físico do primeiro álbum “Um Homem Vestido de Sol” (2015), que é um disco didático e histórico com referências e homenagens a Ariano Suassuna e o Movimento Armorial. A curiosidade fica por conta do “Mané Gostoso”, um brinquedo popular feito pelo fundador do quinteto, Gilber Souto Maior.

O grupo Madureira Armorial

O grupo Madureira Armorial, de Campinas (SP), foi idealizado em 2011, a partir de pesquisas acadêmicas que geraram o mestrado do músico paraibano Gilber Souto Maior sobre o Movimento Armorial de Ariano Suassuna. O multi-instrumentista é doutorando em Música pela Unicamp (2022).

Também integram o quinteto Stephen Coffey Bolis, doutor em Música pela Unicamp e uma das principais referências no que tange a obra para violão solo de Antônio Madureira; Sarah Selles, bacharel em Flauta Transversal (Mozarteum/SP), executa a flauta barroca, coordena e rege a Orquestra de Flautas da Universidade Estadual de Campinas/Unicamp; Raoni Peres, bacharel em Composição pela Unicamp e violinista, entusiasta da rabeca, além de atuar como arranjador e compositor de trilha sonora; e Ronaldo Lima, percussionista, licenciado e mestre em Música pela Unicamp, atua em diferentes frentes musicais trazendo ao grupo uma sonoridade única ao executar os ritmos populares na percuteria.

 

 

O nome do grupo é uma homenagem a Antônio José Madureira – maestro, violonista e compositor, natural de Macau (RN), integrante e líder do Quinteto Armorial, vinculado ao Movimento Armorial na década de 1970, que foi idealizado pelo escritor, ensaísta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna. O Quinteto é a grande influência da sonoridade do Madureira Armorial, principalmente na valorização e utilização dos instrumentos típicos da região.

Em 2015, financiado pelo FICC (Fundo de Investimentos Culturais de Campinas), o grupo lançou o primeiro álbum “Um Homem Vestido de Sol”, que é uma homenagem a Suassuna, trazendo toda a diversidade da música nordestina.

Nestes 10 anos, Madureira Armorial lançou também o compacto “Rebatida” (2020) e teve a oportunidade de falar e apresentar diversas facetas da cultura para um público bem variado no Circuito de Bibliotecas municipais da cidade de São Paulo (2019) e em festivais de música instrumental como Tum Tum Instrumental (2018), em Caxias do Sul (RS), Femo – Festival de Música On-line do Interior de São Paulo (2021), em Rio Claro (SP) e TEDxUnicamp 2013, em Campinas.

Ingressos: vendidos com preço acessível – R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), no site (clique aqui)

Foto capa: Clara Belchior