São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, conhecida por suas praias paradisíacas e cenários de tirar o fôlego, é encantadora até mesmo quando as nuvens decidem tomar o céu. Dias assim são um convite para explorar o município além das areias ensolaradas. Há várias opções de atividades para os dias chuvosos. Uma delas é visitar o Ateliê Cerâmica do São Francisco, que mantém a tradição de confecção de panelas de barro e outras peças seguindo a técnica indígena de acordelamento, que consiste em enrolar a argila em cordas e sobrepô-las, sem o uso de torno.
O turista pode, inclusive, fazer um workshop de cerâmica e confeccionar a sua própria peça sob a orientação da paneleira Cida, que é pedagoga. Maria Aparecida Ivanov, que todos conhecem por Cida, conta que aprendeu a técnica com Adélia Barsotti, uma antiga paneleira de São Sebastião, e abriu o ateliê há 22 anos para também ser um espaço de terapia para pacientes do serviço de saúde mental do município, onde trabalha. “As panelas de cor marrom, natural do barro, são as peças mais famosas, mas também fazemos e vendemos vários utensílios em cerâmica contemporânea. Temos desde assadeiras, moringas, travessas, chaleiras, a itens de decoração. Peças pequenas, como uma flor decorativa de R$ 2,00, a grandes, como um filtro de água de 15 litros que custa R$ 380,00”, afirma.
Se a opção é aproveitar o tempo chuvoso para fazer comprinhas, nos finais de tarde e noites o lugar é a Praça do Artesão, na Rua da Praia. O local é muito visitado por turistas que estão à procura de alguma lembrancinha que representa a cidade ou até mesmo as belas peças, bolsas de taboa, artesanatos com fibras naturais, bonecas caiçaras de pano, esteiras, barquinhos de caxeta e produtos estampados com o famoso “peixinho”, símbolo oficial do turismo de São Sebastião. A Praça do Artesão conta com 53 espaços de vendas de artesanatos, sendo todos os artistas credenciados na Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco).
Outra atividade indoor para mergulhar na história e cultura de São Sebastião é visitar o Espaço Cultural Batuíra, no bairro São Francisco, um dos mais antigos da cidade. O espaço possui quatro salas de oficinas culturais e um salão onde acontecem apresentações artísticas, exposições itinerantes, além de reuniões. Ao seu lado fica o Museu do Bairro de São Francisco, sempre com exposições que têm como protagonistas o próprio bairro e seus moradores.
Centro histórico
Outros espaços culturais interessantes para o turista são o Museu da Capela da Enseada, que expõe a arte caiçara, e a Casa Severino Ferraz que, por si só, já vale a visita. O prédio, que foi recentemente restaurado, é do final do século XVIII e está localizado em uma quadra tombada pelo patrimônio histórico. Possui salas de exposição climatizadas, que abrigam o acervo da exposição com obras de arte sacra em barro tradicionais do século XVII, além da exposição sobre a Casa Severino Ferraz, sua história e os modos de vida da época que a casa era habitada.
É importante lembrar que São Sebastião foi um dos primeiros povoados estabelecidos na costa brasileira. A cidade recebeu este nome em homenagem ao santo do dia em que passou a expedição de Américo Vespúcio, em 1502. Atualmente, São Sebastião possui sete quarteirões e oito edifícios tombados isoladamente pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado). Esse centro histórico é outra opção de passeio. Há, inclusive, visitas guiadas gratuitamente, que podem ser agendadas na Casa da Cultura, para conhecer mais sobre a história da cidade.
Também vale a visita o Centro de Informações Turísticas (CIT) da Rua da Praia, que mantém exposição sobre as baleias que passam por São Sebastião de maio a agosto em busca de águas mais quentes para se reproduzirem, tornando-se um espetáculo para os turistas. Quem está em São Sebastião no período tem a oportunidade de fazer passeio de barco para avistamento das gigantes do mar, que é uma atividade turística que vem crescendo no município e de forma totalmente sustentável.
Ecoturismo
Para quem busca o contato com a natureza, a sugestão é aproveitar a chuva para fazer uma trilha molhada. Sim, é possível e até mais confortável desvendar as belezas naturais da Mata Atlântica e contemplar o mar de São Sebastião em dias de chuva. O guia Fabrício Barbosa Lima, um mestre das atividades de ecoturismo local, explica que há trilhas como a dos Mirantes, que liga Maresias a Paúba, que são muito bem estruturadas e podem ser feitas em dias de chuva. Ele afirma que é até melhor que com muito sol porque boa parte do trajeto é em terreno aberto. “Em dias de chuva é mais agradável e confortável para o turista porque evita a exposição ao sol”, frisa.
É uma trilha dotada de corrimões e degraus em trechos de declive mais acentuado com um total de três quilômetros entre ida e volta. “É uma trilha para contemplação da natureza. No trajeto estão dois mirantes, perfeitos para belíssimas fotos. E duas paradas para banho, nas praias de Paúba e Pescadores. A única recomendação é o uso obrigatório de tênis e estar acompanhado de guia”, explica. Além da certeza de a trilha estar praticamente vazia, o que ajuda a ampliar o contato com a natureza, com sorte o turista contempla um belo arco-íris.
Serviço
A Praça do Artesão da Rua da Praia funciona de quinta-feira a domingo, sempre a partir das 17h. O Centro de Informações Turísticas da Rua da Praia esclarece dúvidas referentes às atrações turísticas de São Sebastião. Para visitar e fazer aulas no Ateliê Cerâmica São Francisco é preciso agendar com a Cida pelo telefone (12) 99227-1551. Mais informações sobre o turismo de São Sebastião em @turismosaosebastiao e turismosaosebastiao.com.br